Queluzito - Entre Rios de Minas (22 setembro 2001)
Depois de descansar um dia em Queluzito, andamos partimos para uma longa pedalada. Fomos até a cidade de Casa Grande por uma estrada tranqüila de asfalto e de lá, fomos em direção à Serra do Camapuã que fica entre Casa Grande e Entre Rios de Minas. Novamente um trecho cheio de paisagens bonitas com muitas montanhas e fazendas. Passamos pelo vilarejo de Serrinha e, 5 Km à frente, pegamos um trecho de asfalto (BR 383 - acesso da BR 040 a São João del-Rei) até Entre Rios de Minas, onde fomos recebidos com muito carinho pela família Boelsums da cidade: Tuca , Gorete, Iraty e Mariah. Estava acontecendo um sarau musical na casa de cultura da cidade. Mais tarde, deixamos as bicicletas na casa da amiga Cláudia e fomos de carro para a Fazenda do Tanque com a nossa família emprestada do dia.
Entre Rios de Minas - Serra do Camapuã (23 setembro 2001)
Após deixar mais uma cidade, seguimos para Lagoa Dourada, mas um pneu furado e um delicioso almoço cheio de prosa no Café com Prosa que fica às margens da BR 383, fez a noite e a chuva nos alcançar ainda no trevo de Serrinha, a 13 Km de Entre Rios. Caminhões e caminhonetes nos recusaram carona, e foi um motoqueiro que nos ajudou, indicando um lugar por perto para acamparmos, iluminando nosso caminho com o farol de sua moto e suavizando o peso nossos braços nos ajudando a carregar nossas bagagens.
Serra do Camapuã - Lagoa Dourada (24 setembro 2001)
Saimos cedo, passamos de novo por Serrinha e outra vila, em meio a caminhos difíceis e belas fazendas antigas, como a Fazenda do Vau e a maravilhosa Engenho Velho dos Cataguases, sem dúvida um dos lugares mais preservados de toda a Estrada Real. São mil histórias, de dentro e de fora da casa, uma viagem no passado e no presente, pela beleza do lugar e o carinho dos proprietários: Dona Anita e seus filhos. A fazenda é tão agradável e as pessoas tão encantadoras que resolvemos ficar mais e passar a noite na companhia de seus proprietários. A visita à cidade de Lagoa Dourada e a apreciação do seu famoso rocambole ficou para o dia seguinte.
Aqui devemos observar que existem vários caminhos que podem ser percorridos de Queluzito a Lagoa Dourada. Optamos pelo descrito pois, julgamos ser o mais fiel ao que se refere à Estrada Real.
Lagoa Dourada - Prados (25 setembro 2001)
Passamos por Lagoa Dourada, Banderinhas (um vilarejo), Fazenda Bandeirinhas e novamente anoiteceu no caminho, até avistarmos um lugar cheio de luzes no meio das montanhas: era a cidade de Prados, encravada no fundo de um belo vale, cercado de montanhas. Deparamos com várias pequenas oficinas de artesanato em madeira onde pedimos informações à uma dupla de jovens que lá trabalhavam apesar de já ser noite. Depois de descer uma forte ladeira, alcançamos a simpática praça central. Lá encontramos outros peregrinos da Estrada Real: a Turma do Pingaço, que foi à cavalo de Prados a Parati em Maio, e uma dupla de pernambucanos que também estavam pedalando no mesmo caminho que nós. Foi muito interessante observar os artesãos trabalhando a madeira, tamanha as suas habilidades e criatividade, expressas em obras muito variadas.