Piedade dos Gerais surgiu de uma devoção e até hoje sua vida está ligada às questões da fé. Centenas de devotos visitam o Vale de Imaculada onde acontecem aparições de Nossa Senhora (leia ao lado a história das aparições de Nossa Senhora em Piedade dos Gerais e do Vale da Imaculada). O auge das visitas acontece no princípio da segunda quinzena de setembro, quando se comemora o aniversário da primeira aparição.
Foi com o português Francisco Sobreira, acompanhado de outros aventureiros escravos, que teve início o povoamento em terrenos ao longo do rio Paraopeba. Esse primeiro núcleo deu origem a “Santana do Paraopeba”, hoje distrito de Belo Vale. Católico fervoroso, Francisco Sobreira construiu capelas na região e para enaltecê-las mandou buscar em Portugal três imagens – duas de Santana e uma do Senhor do Bonfim. Logo surgiram povoados ao redor dessas capelas, que receberam denominações dos santos de sua devoção.
Nossa Senhora da Piedade dos Campos Gerais foi um desses povoados e até 1840 pertenceu à Paróquia de Bonfim. Grandes proprietários de terra e escravos no período imperial foram Vicente José Ferreira Júnior, João Ferreira de Souza, capitão Matheus de Souza Ameno, Joana Penido, padre Francisco, Luiza do Carrapicho e as famílias Parreiras dos Borges e Inácio de Menezes. Existem também registros de nomes de escravos: Chica do Cazeca, Júlio do Cascalho, Jacinto José, Luiza da Vargem, Chica Mateira, Américo do Cascalho, Joaquim Penacho e Chico Borges.
Em 1923, o nome foi alterado para Piedade dos Gerais após a realização de um plebiscito. Pela Lei nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, o distrito foi elevado a município.
Piedade dos Gerais foi um típico distrito mineiro dos séculos 19 e 20 que vivenciou fortes tradições religiosas, rígidas normas sociais e os típicos descômodos das pequenas localidades. – falta de água encanada, iluminação a querosene, inexistência de banheiros, a lenha para ser utilizada no fogão era buscada no mato e caminhos cheios de poeira. A luz elétrica chegou a Piedade das Gerais com a usina da Cachoeira do Julião em Bonfim.
Os principais templos religiosos eram as capelas dos Passos e a do Rosário. A visita de um bispo era motivo de festa com muitos fogos de artifícios, procissões e venda de muitas quitandas. Josefina do Salvador, Maria do Zeca Cândido, Lica do Zé Bernardo, Arminda do Sr. Prudente, Maria do Zé Mateus e Maria do Otávio Batista foram quitandeiras de mãos cheia que sempre serão lembradas pelas delícias que preparavam.
Piedade dos Gerais gosta de um bom jogo de futebol; na década de 30 do século 20, já tinha um time – o União Esporte Clube Piedense, organizado por Pedro Ferreira Gomes e José Benjamin Marra. Hoje o município possui os times Associação Atlética Piedense, Medeirinhos Esporte Clube, Associação Esportiva da Lagoa, Pássaro Verde Esporte Clube e Santa Cruz Futebol Clube.
O Calendário de Eventos do município tem como destaques, Feira Nacional de Artesanato, Festival Noca de Folia de Reis, CarnaForró, aniversário da cidade, Arraiá da Escola, Festa do Cavalo, Festa do Produtor Rural e do Peão Boiadeiro.