Caeté é uma das mais antigas localidades de Minas Gerais e possui um expressivo patrimônio cultural e histórico. As opções para quem visita a cidade são várias.
Dominando a paisagem no município a serra da Piedade, hoje patrimônio natural do Estado é um importantíssimo marco histórico, religioso, paisagístico e turístico de Minas Gerais. No seu topo está a singela ermida de Nossa Senhora da Piedade onde se realiza uma das maiores festas religiosas de Minas Gerais atraindo todos os anos milhares de romeiros no período de 15 de agosto a 15 de setembro. Na Serra também está o Observatório Astronômico Frei Rosário administrado pela UFMG.
Do passado setecentista preservam-se a bela Matriz de Nossa Senhora do Bonsucesso, foi aqui que o mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, iniciou sua carreira como um dos discípulos do entalhador José Coelho Noronha; o casarão do Museu Regional; os chafarizes; um pelourinho;Igreja de São Francisco de Assis e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Para os adeptos dos esportes de aventura uma boa opção é escalar os 60m da Pedra Branca ou um banho na Cachoeira de Santo Antônio, com seus 50m de queda. Para os mais ousados a sugestão é a prática de arvorismo em um dos maiores circuitos do Estado.
Caeté tem, ainda, o divertido bloco Boi da Manta no Carnaval, o folclórico Congado de Nossa Senhora do Rosário, a festa dos Alpes (prova off-road), Carnaval de Inverno e a Cavalhada de Nossa Senhora de Nazaré no Distrito de Morro Vermelho.
A história de Caeté está ligada à aventura pela busca dos metais preciosos. Foi por volta de 1701 que Leonardo Nardes, Antônio Leme Guerra e João Leme Guerra fizeram as primeiras descobertas das Minas de Caeté. Em “Relatos Sertanistas” lê-se, “descobriu o sargento-mor Leonardo Nardes, paulista, associado com uns fulanos da Guerra, naturais da Vila de Santos, o lugar onde se acha situada Vila Nova da Rainha do Caeté. “
Provavelmente em 1703 o povoado já estava organizado e em 1714 foi elevado à vila com o título de Vila Nova da Rainha. “Assento que se tomou sobre a ereção das vilas do Príncipe e Vila Nova da Rainha. Aos vinte e nove dias deste mês de janeiro de mil setecentos e catorze, nos Paços em que assiste o Exmo.Sr. Dom Brás Baltasar da Silveira, Governador e Capitão-General deste Estado, foi dito pelo mesmo Sr. que, atendendo a que nos distritos do Caeté e Serro do Frio havia capacidade e subsistência para se levantar uma vila m cada um deles, e tendo outrossim consideração ao muito que conviria ao serviço de S. Majestade e ao bom governo e conservação dos povos daqueles distritos que neles se fizessem vilas e se introduzisse a justiça para o seu regime...” (Dicionário Histórico Geográfico de Mina Gerais,1995)
Foi imenso o afluxo de pessoas na região das minas no início do século 18, todos os dias chegavam pessoas de toda parte da colônia atraídos pela notícia da descoberta do ouro. Não demorou muito para que surgissem conflitos. O primeiro conhecido como Guerra dos Emboabas (1708-1709) teve início em Caeté, importante reduto dos emboabas, ou seja, de portugueses e homens originários de outras capitanias que não fosse São Paulo. “No Caeté, principalmente, os baianos tinham o seu maior agrupamento, onde dispunham de pessoal poderoso e rico mas era por isso mesmo o arraial, em que ferviam mais as intrigas, e as dissensões partidárias, residência também de paulistas apaixonados e prepotentes” (Diogo de Vasconcelos,1974)
O final do século 18 trouxe para toda a região das minas a decadência econômica. A Vila Nova da Rainha entrou no século seguinte com grandes dificuldades, chegando a ser suprimida como Vila, mas restaurada em 1840. Politicamente a localidade estava ativa, pois, enviou em 1823 um batalhão de voluntários, o primeiro de Minas Gerais, para as lutas da independência na Bahia.
Seguindo o exemplo de Ouro Preto, então capital do Estado que publicou os primeiros jornais de Minas, Caeté na década de 30, do século 19, publicou os periódicos, “Cidadão Livre”, “Despertador Mineiro” e o “Relâmpago”
No dia 25 de novembro de 1865, pela lei nº 1258 a Vila foi elevada à categoria de cidade com o nome de Caeté. Sobre o nome temos as explicações para o estudioso Domingo Jaguaribe Caeté significa mato virgem, esse mesmo significado foi dado pelo viajante bávaro Martius. Já o historiador Diogo de Vasconcelos explica a palavra como matos.
João Pinheiro um dos mais importantes políticos de Minas Gerais da transição do período imperial para o republicano e da primeira metade do século 20 fundou em Caeté uma indústria de cerâmica de louças finas, porcelanas e material sanitário, que contribui muito para espantar a decadência econômica da cidade, em 1899 quando foi eleito vereador Caeté e assumiu a presidência da Câmara Municipal, cargo que na época correspondia ao de prefeito municipal. Seu filho, Israel Pinheiro, governador de Minas e presidente da NOCACAP – Construção de Brasília, nasceu em Caeté em 1896. O Museu Casa de João Pinheiro e Israel conta a história da família.