O folclorista Câmara Cascudo em seu registro sobre o Calango diz: É executado por dois ou mais cantadores que se postam lado a lado e jogam alguns versos memorizados (o refrão) e, principalmente, improvisos. Vera de Vives (1977) aponta diferenças entre o “calango-de-baile” e a lera, sendo um cantado com versos decorados e o outro apenas como desafio de rimas entre os calangueiros – termo utilizado para se referir aos repentistas do Calango. Embora seja comum associar o Calango ao interior do estado do Rio de Janeiro, alguns calangos podem ser rastreados até o norte de Minas Gerais. Registros do Calango podem ser encontrados também na área rural do estado de São Paulo e do Espírito Santo.
Sobre a história da palavra existem algumas explicações:
1. Calango - Deriva dos vocábulos, ambundo kalanga ou rikalanga, que significa lagartixa (Jacques Raimundo em O elemento afro-negro na língua portuguesa). O motivo seria que os participantes da dança imitam o passo do calango arrastando os pés.
2. Calango – seria originário do verbo Kimbundo Kalanga que significa prevenção.
A dança no baile de calango é feita em pares, que bailam de maneira parecida com as danças de salão, além de um tipo rural de dança é também um tipo de música.
O Calango Mineiro tem uma batida contagiante que se difere do calango tradicional. O som de sanfonas, violas, pandeiros, sapateados e palmeados quaternários ditam o ritmo vibrante do Calango que no norte de Minas é sinonimo de um baile muito animado e tradicional.
Uma variação do calango é o "Desafio" feito por versos cantados por um solista e repetidos pela plateia em coro e com o acompanhamento dos instrumentos de percussão como o pandeiro, a timba e algumas influências da atualidade.
Toda a energia dos pares que dançam em movimentos simples tem como objetivo comemorar o dia do santo padroeiro ou agradece-lo por uma boa colheita com muita alegria.